Vasco Cordeio defende revisão do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os Estados Unidos da América

vasco cordeiroTerceira em dificuldades económicas depois da saída de militares americanos das Lajes

No Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira criado para promover a economia da ilha e dos Açores, depois de em Novembro de 2012 a Administração dos Estados Unidos da América comunicado, formalmente, ao Governo Português a intenção de reduzir significativamente a sua presença militar e civil na Base das Lajes, mantendo, contudo, prorrogativas de utilização militar idênticas às que existem à data de hoje ao abrigo do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os EUA, de 1995.

Na sequência dessa decisão, e conforme se pode ler no enquadramento do Plano de Revitalização para Ilha Terceira, desenvolvido pelo Governo açoriano, é referido que o Executivo açoriano “manteve uma ação política determinada, em particular junto do Congresso dos EUA, mas não só, na contestação da decisão da Administração Americana na expetativa de a reverter ou minimizar. Esse esfoço foi sempre acompanhado pela manifestação da disponibilidade do Governo dos Açores em promover a ponderação de novas valências ou utilizações pelos EUA das facilidades e infraestruturas existentes na Base das Lajes para outros fins, incluindo em articulação com o Porto da Praia da Vitória”. Contudo, depois de vários encontros o pior aconteceu.

Na sequência de diferenças estratégicas, o Presidente do Governo açoriano, e de acordo com uma nota divulgada no Gabinete de Apoio à Comunicação Social, defendeu “que deve ser desencadeado o processo de revisão do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os Estados Unidos, depois do relatório elaborado pelo Departamento de Defesa norte-americano não dar qualquer resposta à situação criada com a redução das forças norte-americanas na Base das Lajes.
“O relatório que o Departamento da Defesa apresentou ao Congresso, e que traduz a avaliação que faz sobre as possibilidades de novas valências para a Base das Lajes, não corresponde àquilo que nós esperávamos e é, efetivamente, uma má notícia”, afirmou Vasco Cordeiro.

“Aqui chegados, não resta outra alternativa senão desencadear um processo de revisão do Acordo de Cooperação e Defesa e, a partir daí, também dos acordos Técnico e Laboral”, afirmou Vasco Cordeiro, ao salientar que os pressupostos que presidiram à celebração do Acordo são completamente diferentes, na componente que tem a ver com a presença norte-americana naquela base da ilha Terceira.

Para Vasco Cordeiro, a forma como este processo decorreu também não honra o espírito do Acordo de Cooperação e Defesa assinado entre os dois países e, portanto, em “coerência com aquilo que disse antes, o que digo agora é que é chegada a altura de desencadear o processo de revisão do acordo”.

“Naturalmente que Portugal continua a comungar com os Estados Unidos de um conjunto de valores e de interesses, até podemos continuar como amigos e aliados, mas, se calhar, já o fomos mais. Isso tem de se traduzir, também, em questões concretas”, afirmou Vasco Cordeiro na mesma nota divulgada.

Nélia Câmara
Nélia Câmara

O Governo açoriano em conjunto com o Governo da República estão a promover várias acções para dinamizar a economia da ilha que ficou fragilizada com a saída dos militares americanos da Base das Lajes, mas também pelo facto de muitos trabalhadores portugueses ficarem sem o posto de trabalho, uma vez que os EUA reduziram a sua presença na ilha, o que, consequentemente, provocou um desequilíbrio no comércio local.