VILA FRANCA DO CAMPO – UMA PÉROLA DOS AÇORES NO ATLÂNTICO

 forteNota Introdutória.
Ao ter conhecimento de que o meu amigo, David Loureiro, na outra extremidade atlântica, iniciava a empresa de publicar o magazine «A Praça», no objetivo de perpetuar por aquele meio, a história e cultura do nosso Povo, não pôde indiferenciar-me escusando-me de colaborar voluntariamente em tão nobre missão – arriscando-me a distanciar-me da minha condição «ilhéu».
E neste sentido, início, com muito gosto, o meu simples contributo, através do envio de pequenas notas da história e estórias, cultura e tradições das nossas gentes que, teimosa e heroicamente, saltitam nestes rochedos «atlântidos» (a quem Platão denominou de vértices da Atlântida), e que convergem na microplaca dos Açores, inserida por isso, nas placas euroasiáticas, africana e americana, lugares onde, certamente, se afirma a cultura açoriana, através dos Impérios do Divino Espírito Santo ou das procissões e outras festividades levadas a peito pelos nossos irmãos emigrantes, público central dos meus conteúdos.

Escreverei as minhas linhas em Vila Franca do Campo, onde nasci há 51 anos e onde sempre residi.
Não me afastarei muito, nos temas propostos, da ilha a que pertenço, pois a sua história é tão imensa quanto imenso é o sentir deste Povo nos seus 500 anos de luta persistente e apego à ilha… às nossas ilhas.

Descoberta e Povoamento.
Integrando a epopeia ultramarina do reino de Portugal, o primeiro resultado de origem cartográfica apresenta-nos a data de 1427 como descoberta, por Diogo de Silves, das ilhas dos grupos Oriental (Santa Maria e S. Miguel) e Central (Terceira, S. Jorge, Pico, Faial e Graciosa), embora o Doutor Gaspar Frutuoso mencione Gonçalo Velho Cabral, Comendador de Almourol, como descobridor das 1ªs ilhas mencionadas em 1431. As do grupo Ocidental seriam descobertas mais tarde, talvez por volta de 1452, por Diogo de Teive e seu filho, quando regressavam de uma viagem de exploração a ocidente do mar Atlântico.

Entretanto, em 1439, o rei D. Afonso V, dava ordens ao seu tio Infante D. Henrique (1383-1460, filho de D. João I e D. Filipa de Lencastre e primeiro donatário de sete ilhas açorianas, porque Flores e Corvo seriam encontradas mais tarde, como atrás referi), para iniciar o povoamento de Santa Maria que por sua vez delegou em Frei Gonçalo Velho, importante tarefa. Certo é que este desembarcou em Santa Maria no ano seguinte deixando ali alguns animais (cabras, ovelhas, vacas, coelhos e aves domésticas), que, naturalmente, desbravariam os densos matos, abrindo atalhos de penetração para os futuros povoadores.

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Armando Rodrigues

Já em São Miguel, acredito que os primeiros núcleos de povoadores se tenham iniciado em 1440 na Povoação Velha, por iniciativa de Gonçalo Vaz Botelho, que aí primeiro residiu e porque começam naquela data os primeiros benefícios fiscais da Coroa que se prolongam para lá de 1447.

 

 

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