A CASA DOS AÇORES DA NOVA INGLATERRA – OBJETIVOS E DESAFIOS

Foto-fachada-da-CANI-IIA Casa dos Açores da Nova Inglaterra foi fundada oficialmente a 8 de Junho de 1982 como Casa dos Açores do Estado de Rhode Island. No entanto não permaneceu muito tempo em funções tendo fechado as suas portas durante cerca de oito anos. Reabriu em 1990 pela mão de Leonardo Oliveira e um grupo de amigos seus conterrâneos com o nome de Casa dos Açores da Nova Inglaterra (CANI).

O primeiro presidente desta segunda fase da Casa dos Açores foi Paulo Bettencourt, seguindo-se José Soares, Mariano Alves e João Luís Morgado Pacheco. Em 2010, Mário Ventura assumiu a presidência até 2012, altura em que fui eleita a primeira mulher presidente desta instituição.

Em 2015 fui reeleita no cargo de presidente e é com muita satisfação e sentido de responsabilidade que desempenho tais funções.

A Casa dos Açores da Nova Inglaterra tem vindo a realizar, ao longo da sua existência, um trabalho notório e de relevante importância, com vista à consecução dos princípios que presidiram à sua criação: servir a comunidade açoriana e de açordescendentes radicados na área da Nova Inglaterra, bem como divulgar e promover os Açores nesta zona dos Estados Unidos da América.

Posso afirmar que a Casa dos Açores da Nova Inglaterra (como as demais Casas espalhadas pelo Mundo) enquanto verdadeira instituição cultural fora dos Açores, tem obtido bons resultados no que diz respeito à preservação, promoção e divulgação dos nossos valores culturais.

Para além da nossa função institucional, a Casa dos Açores tem funcionado como um verdadeiro espaço familiar, onde todos os açorianos se podem encontrar, confraternizar e celebrar os nossos valores identitários, promovendo, assim, a coesão social entre a comunidade emigrante.

Com este objetivo em mente temos promovido variadíssimos projetos e realizado muitas atividades que para além de enriquecerem a própria comunidade, promovem a interculturalidade e a nossa cultura ao mesmo tempo que prestigiam os Açores.

As Casas dos Açores foram criadas para trazer às comunidades emigantes açorianas espelhadas pelos quatro cantos do mundo um pouco da sua terra, um pouco daquilo que deixaram quando decidiram emigrar. As casas dos Açores são verdeiros depositários da nossa cultura, usos, costumos e também uma forma de preservação da nossa língua. E muito tem sido feito ao longo desses anos de existência da CANI. Através de uma panóplia de atividades que vão desde palestras, conferências, apresentação de livros, comemoração de datas festivas, folklore, gastronomia, música, a CANI tem sabido transmitir os valores e tradições do nosso povo. E disso devemo- nos orgulhar todos.

Mas hoje as Casas dos Açores comportam novos desafios que se prendem com a evolução dos tempos, com as necessidades das suas comunidades e com a projeção dos Açores no mundo. Isto mesmo tem sido reforçado nos Conselhos Mundiais das Casas dos Açores (reunião anual com todas as Casas dos Açores) e pelo Governo Regional dos Açores.

As Casas dos Açores são verdadeiras embaixadas da nossa cultura junto dos países de acolhimento, pelo que não tenho dúvidas que as Casas dos Açores são também um capital indispensável para o prestigio dos Açores no exterior.

Estamos perante uma mudança de paradigma das Casas dos Açores cuja nova orientação se deve direcionar para a criação de novas oportunidades junto das novas gerações e promoção da nossa região. E a nossa Casa assumiu também este desafio de promover os Açores e divulgar as oportunidades de investimento na região de forma a potenciar o investimento turistico junto da sociedade americana.
Somos, pois, convidados a participar neste novo desafio das Casas dos Açores que não é mais do que cruzar as relações humanas e históricas entre a costa leste e os Açores, com relações comerciais, económicas e empresariais. Enfim, trazer alguns beneficios dos Açores para os EUA e dos EUA para os Açores. É no fundo perguntar o que podemos fazer pela nossa região que também nos tem dado tanto.

Nelia-Alves
Nélia Alves-Guimarães
Presidente da CANI

Como podemos ver, a juntar ao excelente trabalho desenvolvido pelos nossos antecessores como promotores da herança cultural e etnográfica dos Açores junto das comunidades emigrantes, a Casa dos Açores da Nova Inglaterra assume hoje novas funções próprias da evolução da sua comunidade. Só assim podemos fazer face aos novos tempos, às novas exigências e dificuldades de cada comunidade e por outro lado chegar às segundas e terceiras gerações no sentido de as motivar e trazê-las para o seio das nossas organizações.

É, pois com estes novos desafios colocados em cima da mesa que a minha direção tem pautado o seu trabalho, atividades e objetivos. Queremos ser uma ponte entre os Açores e a Nova Inglaterra, levar a Casa dos Açores aos que mais necessitam e às novas gerações que são o futuro das nossas instituições.

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